Sim, eu odeio FPS. Por que?
Meus jogos preferidos desde novo foram os beat’em ups, ou como chamava, os jogos de “ir batendo”. Eu gostava de jogo de tiro também. Só que jogo de tiro, pra mim, se jogava com pistola. Fosse no flipper ou no console. Meu Phantom System tinha pistola, eu sempre gostei de jogos de tiro como, Duck Hunt e Got’tcha! Nos flippers sempre jogava Virtua Cop ou aquele de faroeste com atores de verdade, achava incrível. Mas eu nunca fui um PC gamer. Não tive PC bom na infância ou adolescência. E o pouco que joguei de Doom e Wolfenstein 3D , só curti por serem jogos que podiam ser jogados nos computadores do colégio, ou seja, havia algo de divertido para se fazer ali. Mas fora desse contexto, nunca entendi o por que dos jogos FPSs.
Os gráficos 3D me davam dor de cabeça, tinha que jogar no teclado e não dava pra ver o seu “boneco”! Três fatores primordiais para me afastarem do gênero. Fui crescendo e fui cada vez mais abominando tal gênero. Comecei a perceber as “preguiças” envolvidas em criar um jogo desse gênero. Não precisava se criar, modelar, ou animar um protagonista. O jogo era basicamente uma câmera que o jogador precisava centralizar no alvo e clicar! Só isso. Diferente de muitos jogos de ação, eu não via graça nisso. A graça do jogo de ação era ver seu personagem, seu “boneco”, fazendo diversas ações heróicas. E no jogo de tiro a graça era pegar a arma, apontar e atirar(você é o herói). Nos FPSs de PC isso não funcionou pra mim, pois o jogo não mostra o herói, nem te dá a arma! Achava ridículo inventarem um jogo de tiro pra jogar sem arma. Quando já existia uma óbvia forma melhor de se jogar, com a arma. Historicamente o desenvolvimento dos FPSs e dos LightGun Shooters(jogos de tiro com controle em forma de arma) ocorreram bem paralelamente, não sei ao certo quem foi criado primeiro ou qual foi popularizado primeiro, mas eu conheci os LightGun Shooters antes. Pra mim esses eram os verdadeiros jogos de tiro em primeira pessoa. Mas, obviamente, eram produtos diferentes, voltados a consumidores diferentes.
Com o passar dos anos achei que os FPSs iriam morrer, mas quem morreu praticamente foram os lightgun shooters. Meu amor pelos verdadeiros jogos de tiro resistiu. Ainda no PS2 eu tive duas pistolas e jogava Time Crisis 2 com as duas, em um dos modos que permitia isso. Isso sim é um shooter! Quero ver qualquer FPS tentar te dar mais imersão que isso. Pois em qualquer FPS até hoje, mesmo quando eles te dão duas armas, você não pode atirar em duas direções diferentes. Chupa essa!
Com a melhora dos gráficos, passei a achar mais aceitável jogar um FPS, mas ainda não entendia por que faziam o jogo assim, preso a uma única e restrita perspectiva! Não sei se foi o primeiro jogo a fazer isso mas, Metal Gear Solid 2 foi o primeiro jogo, que eu joguei, que te dava a oportunidade de mudar de perspectiva, jogar em terceira pessoa e atirar em primeira, caso você quisesse(MGS1 também tinha algo do gênero, mas a perspectiva em primeira pessoa estava restrita ao rifle sniper). Daí pra frente nunca entendi por que continuavam a sair jogos com uma única perspectiva. Acho que tem a ver com aquela velha “preguiça” de programação. Mais fácil programar um FPS do que um jogo com perspectivas múltiplas.
E com a “nova geração”, nossa atual, houve a re-invenção de outro gênero, o TPS. Jogos de tiro em terceira pessoa. Claro, TPSs já existiam a muito tempo, quem não conhece Syphon Filter ou outros? Mas o gênero foi revolucionado e voltou a ganhar força graças a mecânica da paredinha popularizada por Gears of War. Mais uma vez Metal Gear estava a frente, pois já havia trazido o conceito da paredinha, porém Gears foi o primeiro jogo de tiro mesmo, não espionagem, a implementar e evoluir a paredinha. Mais uma vez, com a evolução, achei que esse gênero porco que é o FPS iria morrer. Pois com jogos TPSs onde você podia mudar a perspectiva de acordo com sua preferência, achei que finalmente acabaríamos com os gêneros e teríamos apenas jogos de tiro, com a perspectiva que você preferisse utilizar. Mas o mercado é uma merda e “fanboyismo” é outra merda. As pessoas defendem um gênero que preferem, mesmo que isso custe a evolução dos jogos. Ao invés de termos jogos de tiro com perspectiva livre, (seja terceira, primeira ou o que preferir) o que vimos a seguir foi uma sucessão de frankensteins. Jogos que misturam FPS com parkour, FPS com paredinha, FPS com corrida e até FPS com rpg! Merda, são conceitos fodas, porém todos presos a uma única perspectiva! Eu queria muito jogar Mirror’s Edge, mas não consegui. Simplesmente era triste demais! Não poder ver uma bela protagonista. Não poder me ver fazendo as manobras incríveis. Na verdade, por causa da porra da perspectiva, eu não conseguia nem fazer as drogas das “parkourzadas”! E quando conseguia, e aí? Sério, te pergunto, e aí? Por que diabos é maneiro ver uma câmera balançando indo em direção a uma parede, depois virando subitamente, e de novo e de novo? Você não consegue entender nada! Daqui a pouco você vê chão, teto, escada, tudo muito rápido! Sério, se fosse legal, os filmes de ação só seriam feitos em primeira pessoa. Um take ou outro, tudo bem. Mas a merda do mercado trancou as obras dentro de uma perspectiva! Então o jogo se passa todo em primeira pessoa, olha que loucura! Me diz quantos filmes você já viu que são inteiros na primeira pessoa? Nem a Bruxa de Blair é todo assim! Primeira pessoa não é sinônimo de boa imersão. Mirror’s Edge poderia ter sido algo tão legal, bastava não estar trancado em primeira pessoa (claro, não basta dar outra perspectiva, tem que funcionar bem, o jogo teria que ter sido feito e programado para ser um jogo em terceira pessoa). No entanto se deu certo, cade a continuação? Se não tem, meu amigo, é por que não deu certo.
Mesmo um jogo de guerra, não é só atirar. Você corre, pula, rola, se joga e tudo isso sempre é melhor na terceira pessoa. Por que não acabar com essa restrição perspectiva? Então os jogos de tiro que deveriam ser um único gênero, continuam separados em sub-gêneros. Tudo por culpa de uma maldita perspectiva limitada! Isso é que é não ter visão. Tudo bem, os FPSs evoluíram. Gráficamente, alguns já não me dão mais dor de cabeça. Hoje vemos partes do corpo do protagonista. Mas ainda assim, não é pra mim. Simplesmente, não.
Cara obrigado por fazer esse texto \o/ antes eu achava que fosse o único que odeia fps
ResponderExcluirtambém odeeeeio! Fiquei puto de saber que um jogo que tem uma proposta que eu adoro, Agony, vai ser em primeira pessoa! pense numa frustração... =/
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