Vou começar aqui definindo os
gêneros e falando mais especifico de cada título caso seja necessário.
Open World Cover Based Third Person Shooter
Jogos de mundo aberto dominam
meus favoritos. A impressão de estar num “mundinho” que existe e dá a impressão
de funcionar mesmo sem você estar lá. Isso me cativa muito mais do que
experiências lineares, que atualmente vem se tornando cada vez mais difíceis de
me “enganar” e satisfazer. Um bom exemplo de jogo que faz isso bem pra mim é o
Uncharted, ou o Last of Us. A trajetória narrativa é tao importante, tão forte,
e te leva a lugares tão fantásticos que você aceita algumas “paredes
invisíveis” no caminho. Diferentemente o mundo aberto te convida a ficar, a
revisitar lugares favoritos, ver o que há de novo, e é muito gostoso quando o
mundo evolui com você.
E o Tiro em terceira pessoa, é
minha perspectiva favorita, você ve seu personagem, percebe melhor seus
arredores, sem a sensação claustrofóbica do FPS, e em geral o jogo costuma ter
uma excelente animação de personagem e outros elementos menos importantes, como
melee combat e traversal, que ficam em segundo plano, o foco da ação é mesmo o
tiroteio. E com isso o sistema de cover fica também em evidência. Mais
estratégia e planejamento entram em cena com a mecânica de cover.
The Division
Não por acaso começo a lista com
o Division, pois ele é no sentido mais básico apenas um TPS de mundo aberto, e
um mundinho bem pequeno. O próprio estilo “pé no chão” do selo Tom Clancy já
impede que algo muito mirabolante aconteça no jogo. O diferencial no caso aqui
é o modo cooperativo e competitivo online. Isso que realmente da longevidade ao
jogo, fora isso é repetitivo e sem alma.
MGS V
O primeiro mundo aberto num jogo
metal gear, e que pena que tão tarde na franquia, onde já não se reconhecem bem
os elementos que fizeram da franquia o que ela é. O enfoque aqui fica no
stealth e nas traquitanas tecnológicas que diversificam a jogabilidade.
Interessante, divertido e bem humorado.
GTA V
Um precursor do mundo aberto, GTA
ainda é o ápice pra muita gente. Pra mim ele faz muito bem a parte veicular,
mas deixa a desejar tanto no cover based shooting quanto tudo que você faz a
pé. Tudo é meio desengonçado e fica parecendo cada vez mais quando comparamos
esse jogo de PS3 de 2013 com os mais recentes.
Watch Dogs
Em contra partida WD faz bem a
parte de tiro, mas deixa a desejar na parte veicular, que nunca parece bem
afinada. No entanto o combate corpo a corpo foi resumido ao ponto da não
existência, num confronto corpo a corpo vc simplesmente GANHA apertando um
botão, se tiver a habilidade upada suficiente. O diferencial aqui é a mecânica
de hackear a cidade. Por si só parece algo grandioso e difícil de se
implementar. Apesar das críticas acredito que o jogo atingiu bem seu objetivo.
Outro grande diferencial são as “digital trips”, mini-games dentro do meta-jogo
que estão lá apenas pra diferenciar o gameplay e entreter de uma forma
diferente, e fazem isso primorosamente! Alguns chegam a ser mais interessantes
que o jogo em si e fazem você pensar se não seria uma boa idéia por em pratica
no jogo todo as premissas mais fantásticas/ousadas/criativas dessas digital
trips.
Infamous: Second Son
A razão pela qual deixei Infamous
por último é o fato de ser o único aqui com inspiração e mecânicas realmente
diferentes. Não pelos poderes em si, que muitas vezes podem ser comparados
apenas a re-skin de armas( um tiro comparado a pistola, outro a metralhadora,
outro a shotgun) mas sim a velocidade, fluidez e o excelente traversal do jogo.
Todas qualidades que já elogiei muito aqui. Então dentre 5 TPS que joguei essa
geração, apenas um teve mecânicas que realmente me impressionaram e me fizeram
sentir jogando algo diferente.
Open World third person action
adventure (and stealth)
Prosseguindo com as descrições,
não vou me repetir quanto a mundo aberto ou câmera em terceira pessoa, mas no
caso aqui o foco do combate desses jogos de aventura não está no tiro, mas no
combate corpo a corpo, ou mecânicas de stealth.
Batman: Arkham Knight
A franquia Arkham foi uma benção
maldita. Benção pois reuniu diversos elementos de gameplay bem feitos para
emular a experiência de ser o Batman. Trouxe um “Arkhamverse” que funcionou
muito bem, um mundo que muda com você, no decorrer da história, e isso vale pra
cada jogo da franquia. E o roteiro é simplesmente incrível também em cada jogo.
Personagens e atuações marcantes. É dos poucos jogos de mundo aberto que tem
uma história tão boa quanto ou até melhor que de jogos lineares como
Uncharted.
Shadow of Mordor
Mais um jogo com o selo WB e que
foi feito obviamente sobre os pilares da Franquia Arkham. Transpor a mecânica
arkham de combate pra um universo de espadas e decapitações brutais certamente
é visualmente interessante. Assim como o anterior é um jogo que tem muitos
pequenos detalhes únicos a ambientação do jogo, mas que no fim acabam meio
parecidas, como o “modo detetive” do Batman e a “visão do Anel” em Mordor.
Mad Max
Este é definitivamente o mais
fraco dos jogos da WB mas ainda assim conseguiu capturar um pouco o espirito do
universo representado. É no mínimo uma experiência válida, divertida. O combate
é brutal, Já a dirigibilidade e customização veicular deixam a desejar pra um
jogo onde isso deveria ser a temática principal.
Assassin´s Creed: Unity
Como descrever AC sem dizer que é
mais do mesmo. Sempre um novo local/cenário historicamente acurado e belo.
Mecânicas de stealth e combate um pouco duvidosas. Alguma satisfação geral para
os complecionistas, o jogo te dá muita coisa pra “não fazer”. Simples quests de
ir pra lá e pra cá.
Assassin´s Creed: Sindicate
O Combate do Unity estava ridículo,
então no Sindicate retornaram a formula antiga, única coisa de diferente entre
eles.
Gravity Rush
E entra aqui um jogo de PSVita Que
já elogiei muito. Ele entra aqui sendo exatamente aquilo que eu espero de
experiências diferentes. Tipo, algo simples e ao mesmo tempo incrível quando
você pensa em “coisas que você gostaria de poder fazer e os vídeo games
poderiam ajudar a realizar”. A ideia mais básica e boba que vem à mente é voar.
E quantos jogos nessa geração te dão essa opção/sensação? Tão importante quanto
a ideia aqui é a execução, que é impecável e torna toda a experiência ainda
mais especial. Mais uma vez eu coloco por último o jogo que mais se destacou,
mais se diferenciou.
Open World Action RPG
Witcher 3
Um belo mundo, personagens
presentes, opções de diálogos que tem importância e consequência. Mas tudo isso
não foi capaz de me fazer permanecer naquele mundo pois o combate era ... não
era o que eu esperava. Tentei, mas problemas de repetitividade e colision
detection me fizeram ir desistindo pouco a pouco.
Dragon Age: Inquisition
Outro jogo que fiz um review
completo aqui, mundo aberto, diálogos, personagens marcantes, mas uma
jogabilidade mais convidativa. Agradando tanto fãs da estratégia em turno do 1,
quanto os fãs do combate em tempo real do 2. Ao meu ver, so poderia ser mais
perfeito se o modo co-op online fosse possível na história single player. Me diverti
muito com ambos os modos, mas certas estratégias eram impossíveis sozinho,
mesmo com todos os “pause comands” possíveis, enquanto que “estrategizar” com
os amigos online torna o desafio mais divertido. Pena que o modo online não
tinha os desafios da História.
Competitive FPS
Como sabem eu odeio FPSs mas vão
entrar aqui dois FPSs que joguei esse ano e curti! O aspecto competitivo e online
certamente ajudou.
Overwatch
Da pra entender o que esse jogo
tem de tão atrativo. A Blizzard realmente soube criar uma experiência nova
quase criando um novo gênero, o Hero Shooter. Um shooter competitivo que te
diferencia dos demais jogadores partida a partida, cada um escolhe um herói
único, com vantagens e desvantagens em relação aos outros. A simples dinâmica de
“quem é melhor” ou “quem pega o outro de surpresa primeiro” dos FPS
competitivos em geral agora se torna mais interessante com os aspectos únicos de
cada herói que funcionam como um grande “pedra,papel e tesoura” e se
intensifica ainda mais com as estratégias cooperativas e combinações de heróis.
Ai que a coisa se complica e você percebe que este não é um simples jogo “arcade”,
casual e descartável. É um Shooter tático muito bem disfarçado comparável a
Rainbow Six: Siege. E a única forma de vencer é jogando bem, coordenadamente e
em equipe. Quando as pessoas não formam o time balanceadamente, quando cada um
quer fazer o que quer, quando não há estratégia, unidade, união, suporte e
cooperação, não é possível vencer. E com a tenção de um jogo tão exigente com
todos os envolvidos, fica difícil se divertir quando a coisa desanda.
Titanfall 2
Eu nunca fui muito chegado em
FPSs tradicionais mas devo dizer, o gameplay do Titanfall 2 ta de parabéns!
Nunca joguei nada mais fluido e intuitivo no gênero. Isso incluindo os poucos
FPSs que já joguei, como Overwatch, Battlefield 1, CoD MW2, Mirror´s Edge e
provavelmente alguns outros que estou esquecendo ou nem valem a pena mencionar.
Mas é só pra perceberem que não é a palavra de alguém que não gosta de FPS
falando que gostou desse sem conhecer outros. Conheço outros e caramba, Ele
chega a ser mais fluido, veloz e intuitivo do que Mirror´s Edge que
supostamente era pra ser um simulador parkour em primeira pessoa, e a sensação
de jogar o jogo é uma bosta! Além da fluidez e velocidade ainda tem a cereja do
bolo que são os Titãs. A estrutura “David x Golias” do jogo te dá condições
suficientes tanto pra esmagar os outros com o Golias, ou pra, sozinho derrubar
um. De qualquer forma é empoderador e divertido. Customizações de personagem e
Titãs diferenciam os jogadores assim como no Overwatch, mas não até um ponto desconfortável
em que um tipo sempre estará em desvantagem contra um outro. Apenas o
suficiente pra deixar as coisas interessantes, Dando chance de qualquer um
acabar com qualquer outro.
Freeflow competitive/co-op
Fighter
Por fim vou falar do Dragon Ball
Xenoverse, que na verdade não se enquadra bem no simples selo de jogo de luta.
Os jogos de luta costumam ligar um lutador ao outro todo o tempo. Mesmo quando
o jogo é 3D, você não tem uma real liberdade e mobilidade em três dimensões.
Por isso coloquei aqui o título de “freeflow” ao invés de 3D pra diferenciar. É
o caso de jogos como Naruto UNS e Xenoverse, onde você corre, pula ou voa
livremente nas 3 dimensões.
Dragon Ball Xenoverse
Esse jogo é singular por dois
motivos, primeiro vou falar do primeiro que é a jogabilidade. Ela é mais complexa
do que a maioria consegue perceber de fora. Ela te dá todos os recursos que você
poderia querer nesse tipo de jogo. Ainda por cima é veloz e emula visualmente
muito acuradamente a experiência Dragon Ball. Não se trata apenas de ser um bom
jogo, ou de emular a experiência do anime, mas sim de fazer ambos muito bem.
A segunda parte é a customização.
Não só do ponto de vista estético da emulação da experiência de criar um
personagem e se inserir no mundo de Dragon Ball, realizando uma fantasia
juvenil de muitos. Mas também a customização do combate. Diversos golpes
especiais, e manobras evasivas, diversos golpes e manobras com vantagens e
desvantagens, custos e benefícios. Tentar criar o lutador perfeito, o melhor,
ou formular um estilo de combate que seja único seu com uma combinação
inusitada de poderes, isso não tem preço. Que outro jogo de luta customizável a
esse ponto existe? Que outro jogo de ação? A incerteza de enfrentar um inimigo
com poderes desconhecidos, combinações que talvez ninguém conheça ou tenha
pensado antes é algo que se aproxima muito mais da arte marcial real do que de
um jogo. Assim como no próprio mangá o protagonista sempre procurava e se
empolgava com um oponente desconhecido e mais forte. Sabem quantas vezes
enfrentei online personagens iguais ou parecidos nesse jogo? Sabe quantas vezes
tive a sensação de tédio ou repetitividade no PVP online? Nenhuma.
E assim termino a análise de
praticamente todos os jogos que joguei essa geração (excluindo os indies que
deixarei pra outra ocasião). E o que podemos concluir aqui? Muita
repetitividade e falta de criatividade. Falta de coragem pra fazer bem feito o
diferente. É possível, como visto com alguns títulos que destaquei. Mas acho
que consegui deixar claro com poucas palavras, porque alguns jogos tão
subestimados por todos são estimados por mim.
Muitos dos jogos pelos quais
espero ainda são mais do mesmo. Mas é possível inovar ou se diferenciar mesmo
dentro de um gênero. Horizon: Zero Dawn pode ser um bom exemplo disso. Os jogos
precisam sair da mesmice e se tornar mais fantásticos! Pelo menos pra mim,
assim eles são mais interessantes do que o tiroteio nosso de cada dia.
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