sexta-feira, 23 de maio de 2014

Draging-on... Se arrasta dragão...

Há exatos dez anos atrás saía para PS2, Drakengard. Um jogo único que tinha uma premissa muito interessante de você poder montar e desmontar do dragão quando quisesse durante o combate. Já comentei esse jogo no post “Clássicos adormecidos do PS2”. Realmente um jogo excelente, divertido, com uma história única. E eu volto a menciona-lo aqui pois finalmente saiu Drakengard 3 para PS3. Depois de uma continuação pra PS2 e do “Spin-of” Nier pra PS3, que é um action-RPG que continua a história a partir de um dos finais alternativos do Drakengard 1. 


Devo dizer que Drakengard 3 provavelmente foi um último suspiro na franquia. É perceptível a falta de qualidade geral no jogo. É realmente um jogo apenas para os fãs da série, um presente de despedida, ou uma forma de arrancar alguns trocados de um público limitado. Talvez até por saberem dessa limitação  eles não investiram muito no desenvolvimento desse jogo. 



O combate melhorou em relação aos antigos, porem o jogo não tem mais grandes áreas abertas, as fases se limitam a “corredores e salas” ligadas de forma linear. Algumas raras fases quebram essa regra. O esquema de colecionar armas está lá, embora tenham 4 tipos de armas, armas do mesmo tipo mas de tamanhos diferentes podem ter combos diferentes, o que é interessante. Mas o pior foi a colocação do Dragão em segundo plano. Com fases menores você não pode chamar o Dragão a qualquer tempo e pior, há partes onde você pode chama-lo para te ajudar, mas você não controla ele! As partes de controlar Dragão agora se tornaram fases próprias. As que são no chão normalmente tem uma área não muito grande e você não pode descer do Dragão, essas partes ao menos são bem decentes, o gameplay do dragão é bem bolado, divertido e satisfatório. Uma pena serem tão poucas essas partes. Agora as fases aéreas não passam de um “shooter on-rail” o que é terrível e frustrante!


Embora o Combate seja interessante tanto montado quanto desmontado e o único ponto realmente ruim do gameplay ser as sessões “on-rail” outro fator que colabora pra esse jogo ser ruim são os problemas de frame-rate. Mesmo com os gráficos sendo fracos e não havendo muitos inimigos na tela ou áreas extensas o jogo nunca para de “encomodar” visualmente. Aquela sensação de câmera tremida toda vez que você à movimenta, “screen-tearing” e um design antiquado e simplório de câmera colaboram pro jogo parecer datado, mal feito e te dar dor de cabeça toda vez que você joga mesmo por pouco tempo.


Realmente um gráfico ruim ou mesmo o fato do jogo estar menor em escopo de desenvolvimento eu consigo aceitar, mas esses problemas técnicos são tristes demais e chegam a atrapalhar no mínimo de diversão que o jogo oferece. É simplesmente triste esperar anos por um jogo decente de Dragão, e embora seja divertido controlar o dragão, você faz isso muito pouco no jogo, além de todos os problemas técnicos atrapalhando.


Drakengard 3 é um jogo realmente apenas para os fãs da série mais interessados em ver as origens dessa história louca nesse universo singular, tão diferente de tudo que há por aí. Humor non-sense japonês, auto zuações da equipe e “fã service” povoam descaradamente cada esquina do jogo, tentando aliviar os problemas técnicos e fazer parecer que no fim das contas essa jornada vale a pena. Mas será que vale? Até agora estou resistindo, pelo menos até um final pretendo chegar, mas será que terei animo suficiente para os outros?

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